Dia dos finados
Acho triste termos perdido este feriado porque com ele perde-se ainda mais a tradição de dedicar um pouco do nosso tempo a quem já perdemos. Pode parecer meio mórbido mas a verdade é que o dia de "Todos os santos" tem, sempre teve, este peso, esta ligação de ir ao cemitério, de ir à missa rezar por quem já não está entre nós - pelo menos na minha família. Como o colégio da Constança pertence à igreja, não deixa passar a data em branco e marcou para 2.ª feira uma missa em que convida todas as famílias a prestarem homenagem a todos os entes queridos que já perderam, inclusive incentivam as crianças a levarem fotografias dos familiares por que vamos rezar. Fiquei comovida porque infelizmente temos já algumas fotos a reunir, em especial dos avós paternos que a Constança nunca conheceu. E é nestas alturas que se instala um vazio no meu peito porque acho tão injusto que as minhas filhas nunca tenham qualquer memória destes avós que tinham o sonho de ver os filhos construir família, que tinham o desejo de conhecer os seus netos. A vida não foi justa. Mas a vida é mesmo assim. O difícil é conseguir explicar esta ausência. É aqui que as memórias e as fotografias ajudam a contar a história, a mostrar quem foram as pessoas, o que representaram e, acima de tudo, o quanto as amariam se aqui estivessem. Vai ser um verdadeiro desafio contar esta história...
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