Antes tentar do que não saber

A Carlota tem síndrome PFAPA, diagnosticado em 2015 depois de meses com amigdalites que nem com antibiótico passavam, depois de constatarmos que as crises de febre e amigdalite apareciam invariavelmente todos os meses, com intervalos demasiado regulares para serem ignorados. A criação de um ficheiro excel, com a marcação de todos os episódios, foi determinante para se confirmar a suspeita. E depois de identificado o problema, o tratamento mostrou-se eficaz: a toma de 1 comprimido corticóide, mais conhecido cá em casa por 'comprimido milagre', resolve sempre. É incrível o efeito e a rapidez com que atua mas preocupante se pensarmos que já passaram 5 anos e que praticamente todos os meses engole cortisona... um 'mal menor' como diz a pediatra, já que continua a ser rápido e eficaz nas crises da Carlota. Mas sabendo que há casos em que a remoção das amígdalas acaba por resolver ou pelo menos espaçar os episódios... tínhamos de tentar! Fomos adiando, ouvimos conselhos de diferentes otorrinos - uns que diziam que 'nem pensar, as amígdalas estão lá por algum motivo e pode nem resolver'; outros que diziam 'mas do que estão à espera, mal não vai fazer' - até que nos decidimos precisamente em época de Covid, alinhados com recomendação da pediatra para tentar antecipar o pesadelo do que está por vir quando a Carlota ficar com a 'sua habitual' febre na escola e acharem que pode ser o vírus.... a verdade é que sem tentar nunca saberíamos. Fomos adiando, na esperança que acabasse por passar, porque a boa notícia é que passa! Mas sem se perceber bem quando... há casos aos 8 mas a maioria depois dos 10 anos ou só na mudança de idade. Uma incerteza com a qual vamos continuar a viver mas agora certos de que tentámos o que podíamos para que estas crises atrapalhem o menos possível a vida da Carlota - e a nossa, de toda a família que mesmo lidando muito bem com o desafio, nunca o esquece, como uma moínha que não matando, não deixa de causar dor. Nunca dramatizámos, nem há motivo para o fazer felizmente, mas a verdade é que quando isto passar vamos sentir um enorme alívio! 

A cirurgia foi no dia 14 de julho, na CUF Infante Santo e correu muito bem, com a colaboração excepcional da Carlota que se mostrou para lá de corajosa - uma verdadeira leoa! O pós operatório foi difícil, com muitos vómitos nas 24h seguintes mas acabou por passar e recuperar dentro do expectável. Foram semanas chatas, com uma dieta forçada que a fez recusar gelados e iogurtes que sempre gostou mas que passando a ser obrigação... passou a dispensar! Ainda é cedo para perceber o efeito mas vamos acreditar que valeu a pena!

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