Gostos estranhos
Pensando nas séries que tenho seguido, chego à conclusão que de facto tenho gostos estranhos, que não consigo explicar de forma racional... eu que não gosto nada de ficção científica, que vi o ET sem deitar uma lágrima, dei por mim vidrada na série da Netflix Altered Carbon que se passa nada mais nada menos do que 350 anos no futuro, algures em 2384. Do mais fora que se possa imaginar, com os seres humanos a descobrirem a imortalidade através da troca de corpos. Para já só tem 1 temporada com 10 episódios que assisti vidrada, para espanto do Hugo que mesmo gostando de cenários de guerra e sangue, não conseguiu perceber o meu entusiasmo. Mas foi precisamente por ser "fora" e diferente de tudo o que tenho visto, sem paralelismo com a vida, tal como hoje a conhecemos, que gostei tanto.
E mal acabei esta, passei para outra que também não consigo encaixar na minha lógica: Chamem a parteira! - um drama de época que acontece em Londres dos anos 50 e que trata nada mais nada menos do que o dia a dia de uma parteira! Logo eu que só de ouvir a expressão "parto natural" me encolho toda, agora vejo partos uns a seguir aos outros, em condições de pobreza extrema e em que a palavra "epidural" parece pura ficção científica! Ainda ontem vi 3 episódios seguidos, para espanto (e horror também) do Hugo que, então esta, acha uma série do além. A má notícia (para ele) é que ainda tenho mais 4 temporadas pela frente ;)
Mas foi precisamente o Hugo que me fez pensar que realmente não consigo explicar, com base na lógica racional, estas últimas escolhas, que se juntam ao MasterChef Austrália - outra série que sou completamente fã, para infelicidade do Hugo, que grama com episódio atrás de episódio sem conseguir perceber como é que uma pessoa como eu, que até reclama por ter de cozinhar, vibra com um concurso culinário - que assisto por puro entretenimento já que de dicas culinárias tiro zero. Esta a juntar à 14.ª temporada de Anatomia de Grey ou às 2 temporadas da série que todos os episódios me deixam a chorar, This is us.
De facto gostos estranhos, admito... mas a verdade é que gosto mesmo da companhia que me fazem, da curiosidade que despertam, da emoção que provocam, das gargalhadas que me fazem dar que chegam a assustar Hugo de tão inesperadas lhe soam ou mesmo as lágrimas meio disfarçadas perante o olhar de soslaio que me vai lançando! São noites maravilhosas as nossas, no nosso sofá, juntos mas cada um na sua. E isto sim, para mim/ para nós e à nossa maneira, é amor.
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