Férias de verão
Não somos muito fãs de praia mas vá-se lá saber porquê as nossas filhas são verdadeiros peixes! Adoram água, seja piscina, seja rio, seja praia ou uma cascata no meio do nada. E este ano as férias dão para tudo.
Começámos por Castelo Branco, com o casamento do primo Rui logo no dia 11 de agosto. A missa foi na igreja da nossa aldeia, Sarnadas de São Simão, a festa na Quinta da Dança na cidade. Foi um dia em cheio, com muita emoção pela reunião da família Dias, pela alegria dos noivos, dos meus tios e de todos os primos, felizes por este momento de festa em família. Podemos ver-nos poucas vezes, pela distância que as vidas de cada um impõe, mas quando nos juntamos parece que o tempo não passou, as conversas surgem umas atrás das outras, as memórias de infância chovem umas atrás das outras e novas partilhas com os maridos e filhos vão também surgindo preenchendo minutos que num instante se transformam em horas! Somos mais de 20 netos Dias e é bom ver que quem se juntou à família, maridos/ namorados, esposas/ namoradas, se vão encaixando e criando também laços que tornam cada encontro em festa garantida!
E por saber tão bem regressar às origens e ter a companhia dos primos, de quem estamos tanto tempo afastados, prolongámos a nossa estadia e ficámos mais uns dias entre a aldeia e Castelo Branco, a tempo de celebrar o 6.º aniversário da Carlota! Foi sem dúvida um dia muito feliz para todos, em especial para a Totas que passou a tarde toda entre mergulhos e aka bombas na piscina do meu padrinho Luís. Sempre disponível para acolher a família em grande e por nos fazer sentir em casa. Fazer anos em agosto tem inconvenientes, não conseguir juntar a família toda e os amigos é o principal mas tem o lado irreverente de permitir ser sempre diferente, sem grandes planos e ao sabor das férias e das circunstâncias possíveis. Sem dúvida mais uma festa especial, que fica na memória de todos os que connosco partilharam este dia.
No dia seguinte rumámos ao Porto, para mais uma visita à cidade invicta, desta vez com mais tempo. Ficámos hospedados na Pousada de Juventude que pode não ser o TOP em conforto mas tem excelente localização e, acima de tudo, um preço por noite para a família completamente imbatível (74€ com pequeno-almoço). O quarto privado, sem casa de banho, revelou-se uma aventura, com camas individuais e em beliche, tipo camarata, que deixou as miúdas loucas de euforia! Ter de sair para ir à casa de banho também não é o fim do mundo, sobretudo quando se fica apenas 1 noite. Valeu a localização que nos permitiu conhecer a cidade com percursos completamente diferentes. A pé, de eléctrico ou de autocarro mas sem termos de pegar no carro que ficou o tempo todo estacionado mesmo à porta da Pousada. O Porto está na moda e as pessoas são aos magotes, sobretudo neste querido mês de agosto que traz de tudo ao nosso belo país. Andar a pé ou de transportes públicos foi sem dúvida a melhor opção, numa visita que acabou por ser bem produtiva, com direito a atravessar a Ponte D. Luís a pé, andar de teleférico em Gaia com uma vista fantástica da zona ribeirinha do Porto, até a provar as belas sandes da Casa Guedes.
Do Porto seguimos para Viana do Castelo, com tempo para parar na capital do móvel - Paços de Ferreira. Sempre tive muita curiosidade em conhecer a rua das muitas lojas de mobiliário de fabrico nacional. A grande maioria tem o estilo mais "conservador" que não sou fã, madeiras escuras, linhas pesadas, a puxar para o moderno meio piroso. Das mais de 10 lojas em que entrámos apenas uma nos prendeu a atenção, com um louceiro em carvalho branco que ficava mesmo perfeito na nossa sala de comer. Só por isso valeu a paragem. Chegámos a Viana do Castelo a meio da tarde, em dia já de romaria das Festas da Sra. da Agonia. E se há festa que gostamos é esta! Cidade cheia mas com um espírito que só ali conheço. Festa feita de pessoas que inspiram, que nos fazem valorizar o que de melhor tem o nosso país. O apelo dos bombos, a dança dos cabeçudos e gigantones, os cantares, a boa disposição que se respira faz-nos voltar ano após ano. A cada ano com maior entusiasmo das miúdas que são verdadeiras adeptas desta festa. A parte da feira e dos carroceis é sem dúvida um forte atrativo mas também o cortejo ou a procissão as faz estar horas em espera/ a assistir sem um único queixume. Este ano faltou o fogo de artificio, impedido pela proteção civil que deixou a região norte em estado de alerta pelo risco de incêndio. Não houve serenata mas valeu pela intensidade dos bombos, pelo cortejo etnográfico todos os anos renovado e pela procissão que me deixa sempre emocionada. São 4 anos de tradição que deixam raízes bem fundas e memórias que ficam para a vida toda. Este ano foi ainda mais especial por conseguirmos reunir o Clã Vaz nesta festa. O André e Ana já tinham ido, faltava o Bruno que desta vez também se juntou à romaria em 2 dias muito intensos, com muitos km's percorridos mas com um sentimento muito especial de ligação às origens da família paterna. Eles foram de fim-de-semana, nós ficámos mais um dia para aproveitar o último dia da festa e a já habitual ida à feira de Ponte de Lima, que acontece todas as 2.ªs feiras. Tapetes por 3€, chávenas de café por 2€ fazem-me querer voltar todos os anos!!! Não tivesse o carro tipo caravana cigana e ainda mais uma paragem antes do regresso a casa e tinha-me perdido. Seguimos da feira para o almoço típico, arroz de cabidela. Todos os anos digo que provo mas quando chega o momento da verdade acabo por comer da travessa especial que fazem sempre para as meninas, com todo o tempero mas sem o sangue misturado. Ainda não foi desta, mas no próximo ano faço-me crescida e bebo vinho tinto da malga e como o pica no chão como os crescidos ;) Fica a promessa! Essa e a de voltar à "piscina do Tio Amaro", uma piscina natural no meio do nada que fez as delícias da Constança e da Carlota. Começaram por molhar os pés, depois refrescar a cara, molharam os braços e acabaram por mergulhar em cuecas na companhia do pai que se juntou a este banho inesperado e improvisado mas que ficou sem dúvida para a história como o mais divertido de sempre! A visita ao Bárrio, aldeia natal da família Vaz (ou Locas como é conhecida na região), valeu mesmo a pena tanto pelos mergulhos refrescantes em dia de muito calor, como pela nostalgia de passar por onde viveram os avós e de conhecer um pouco mais da história da família que também é a nossa.
De Viana seguimos para Norte para finalmente cumprir o sonho de conhecer o parque nacional de Peneda Gerês. Marcámos dormida na Casa de Chouselas, em Amares, que não fica propriamente perto do Gerês mas que por isso mesmo acabou por ser a escolha perfeita. O Gerês é sem dúvida um local lindo, de uma beleza natural incrível e arrebatadora mas que nesta altura do ano está cheia de gente. Muitos carros, muitas pessoas, muita confusão num local que pede o oposto! Fizemos o passeio completo, sempre de carro, com algumas paragens nos pontos mais "turísticos" mas também por isso com pouca demora. Foi uma visita superficial que me fez querer voltar mas noutra altura, com menos pessoas e mais paz e também com mais pernas e mais disposição física. As Festas de Viana são sempre maravilhosas mas deixam-nos a precisar de férias!!! Gostámos muito do que vimos, vamos querer voltar com mais calma mas este ano, e dadas as circunstâncias, ficámos satisfeitos com o tour de carro. Termos ficado numa casa em que fomos recebidos de uma forma super acolhedora, com uma piscina fantástica e com um quarto de sonho também serviu para não querermos estar muito tempo fora, sobretudo pelas meninas que por elas teriam ficado os 2 dias inteiros enfiadas na água. Felizmente a casa só servia o pequeno-almoço por isso tínhamos sempre o argumento que era preciso sair para "pelo menos" ir almoçar ou jantar. E se há zona em que se come bem e barato é esta! No restaurante Bosque, em Besteiros, almoçámos uma carne de vitela com batatas fritas caseiras e uma salada maravilhosa, as meninas comeram sopa, nós café e no fim pagámos 14€. Incrível!!! Amares revelou-se um concelho cheio de surpresas, como a visita ao santuário da Sra. da Abadia, num monte que parece não ter nada mas que esconde as cascatas mais bonitas e tranquilas que se podem desejar! O passeio pelo monte da serra de Sta Isabel é também de cortar a respiração, com paisagens lindas e de uma calma que impressiona. O sítio que escolhemos para ser apenas de paragem acabou por ser o que nos conquistou em todos os sentidos. A quem quiser visitar a região Norte fica a sugestão, Amares - Vilela, Casa de Chouselas.
Mas depois de 2 semanas fora, com dias longos e intensos, o regresso a casa soube maravilhas! Todos gostamos muito de passear, temos a sorte das meninas serem viajantes perfeitas que gostam de andar de carro (dormem a maior parte do tempo), adoram dormir fora de casa, não estranham camas ou pessoas. São resistentes e simpáticas e deixam-nos cada vez mais orgulhosos da forma como se comportam mas, tal como nós, adoram estar em casa. É aqui que dormimos o sono mais profundo e tranquilo, que descansamos com toda a paz de espírito e que recarregamos baterias. Ficámos 2 dias para repor energia, desfazer malas, lavar e passar roupa (uma verdadeira montanha!) mas estamos já prontos, de malas feitas, para a última semana de férias, rumo à Lagoa para uns dias no Repouso. Não fossem as ricas filhas gostarem tanto de água que ficava era por aqui para outro tipo de passeios, que ideias e programas não faltavam, mas pelos filhos fazemos tudo e por isso lá vamos nós fazer o sacrifício de dar uns mergulhos e apanhar banhos de sol. Até porque diz que férias de verão sem praia parece que nem são férias nem verão.
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