Espírito de mãe de meninas
Deus faz tudo bem feito. Podemos não aceitar tudo de bom grado, mas a verdade é que tudo na nossa vida acontece não por acaso. Eu acredito mesmo nisto. Ser mãe de meninas era algo que me estava destinado, Graça divida que agradeço todos os dias. O universo feminino é-me muito mais natural, intuitivo, compreensível, próximo. Adoro as paneleirices todas do cor-de-rosa, dos acessórios, dos pandãs. Gosto das brincadeiras, das pinturas, dos desenhos, dos puzzles, dos livros de autocolantes, até dos desenhos animados (estamos as 3 viciadas na Heidi!). Já o universo dos rapazes é algo que dispenso de bom grado, confesso. Os brinquedos todos a roçar o horrendo, feios e até peganhentos; as brincadeiras envolvem quase sempre contacto físico, nem sempre amigável; os desenhos animados são medonhos; acho que só mesmo a simplicidade da roupa se safa. Mas para mim o pior de tudo é o futebol. A grande maioria dos rapazes nasce com o sonho do futebol bem cravado nos pés (claro que há excepções e conheço algumas, mas muito poucas...). Treinos mais do que 1 vez por semana, sempre a roçar a hora de jantar; torneios todos os fins-de-semana, sempre a começar bem cedinho e a terminar completamente em cima da hora de almoço; jogos em casa mas muitos fora; é uma logística que tropeça na vida de todos os membros da família que das duas, uma: ou alinham com o universo e organizam as suas rotinas em função deste "passatempo" que absorve quase todos os tempos livres da criança e dos pais; ou fazem uma ginástica familiar que vá deixando espaço para o compromisso com a competição, mas também espaço para outras coisas. E esta segunda opção, apesar de parecer óbvia, nem sempre é possível porque a palavra competição exige compromisso. Lá em casa temos um potencial jogador, ainda tão novo e já tão elogiado, que nos leva a embarcar nesta aventura. Quando vou aos jogos adoro ver aquelas mães todas a vibrar, a gritar o nome dos filhos, em apoio ou em incentivo. É uma audiência atenta e super exigente, tendo em conta a idade dos pequenos! Mas é sobretudo nessas alturas que sei, sinto, que aquilo não é para mim. Não nasci para D. Dolores...
As miúdas adoram ir apoiar o primo! Neste último jogo achei linda a conversa entre eles:
- Constança, Francisca e Totas: Vamos gritar Simão! Simão! Vai Simão! Força Simão!
- Simão, com ar muito sério: Não gritem o meu nome! Gritem o nome da equipa! » sinal sem dúvida de que está um crescido e com espírito de verdadeiro jogador. Adoro!!!
Nota: não nasci para D. Dolores mas vejo-me muito bem como uma Cátia Aveiro ;)
Comentários
A Francisca adora e assiste sempre deitada no chão, tal qual como a Heide se deita naqueles prados verdejantes..
Isto tudo para dizer que ser tia de rapazes ou mãe de rapazes é completamente diferente. As brincadeiras masculinas não são tão graciosas como as das meninas mas são prazeirosas à mesma. Se um dia der um irmão às princesas vai perceber isso.:)
Quanto à história do futebol, cá em casa está decidido: se tivermos um potencial CR7, é o pai que o acompanha nos treinos (mas filho meu dificilmente estará com 13 anos a chegar a casa às 23h em dias de semana por causa dos treinos).
Nota: gosto de a ler e venho cá muitas vezes. Vivemos na mesma 'terra' e foi o meu marido que me apresentou o seu blog. Parece que ele andou na escola com uma das suas irmãs. :) Felicidades.