Parabéns primo Roberto!

Há primos e primos. No caso da minha família, com os 8 irmãos do lado da mãe e os 6 do lado do pai, primos é o que não me falta. Só do lado materno somos mais de 20 diretos, a acrescentar os maridos/ mulheres e filhos que mais do que duplicam este número. São muitos primos, de todas as idades e feitios, espalhados por Portugal mas também além fronteiras e é engraçado que é precisamente com primos que vivem longe que hoje em dia tenho mais contacto, e afinidade também. Não em desprimor - palavra que neste contexto até ganha duplo sentido - mas porque simplesmente aconteceu, simplesmente a vida assim o quis. 

Com quase todos tenho muitas memórias dos verões e natais na aldeia berço dos nossos pais, de festas de casamentos e batizados (e houve uma altura em que foram mais do que muitos e todas seguidas!), mas funerais também... o da nossa querida avó Luz em particular. Apesar do momento de dor e perda, acabou por ser das memórias mais fortes e doces que vou guardar para sempre, numa noite tão fria mas tão quente e aconchegante que nos fez reviver tantos e tão bons momentos das nossas infâncias, que nos fez sentir que apesar de espalhados pelo mundo e mais ou menos ligados, somos todos família, uma família que sabe rir de si própria, uma família que apesar de todas as imperfeições está lá sempre quando é preciso. Uma lição para a vida que todos fomos aprendendo na pele, pelo exemplo de casa, mas acima de tudo, um amor às raízes que atravessou gerações e que fica entranhado na pele.

Mas há sempre os 'especiais' com quem, por variados motivos, criamos laços mais fortes. O Roberto faz parte desse núcleo, apenas 1 ano mais velho do que eu e com quem desde sempre tive aquela ligação especial. Não sei se pelo sentido de humor, se pela espontaneidade, se pelo amor incondicional à família, ou se apenas pela proximidade de idades, a verdade é que fomos crescendo próximos, com percursos de vida muito semelhantes, apesar da distância que sempre se impôs por viver em França e eu em Lisboa. E talvez também por isso, por ser sempre pouco tempo mas tempo tão intenso que esta ligação se foi mantendo e crescendo. Acabámos por casar com apenas 1 ano de diferença, precisamente no mesmo mês e fim-de-semana (o último de julho, antes que 'entre agosto') e tanto o meu marido como a sua querida Emilie se tornaram parte da família, mesmo antes de o serem oficialmente, numa afinidade tão espontânea que deixa de se perceber quem é primo de quem. Depois, quis ainda o destino, sermos pais de meninas, o que acabou por acrescentar mais um nível de proximidade, aumentando as partilhas e os momentos que nos deixam muito felizes e orgulhosos, sempre com muita vontade de repetir. Somos acima de tudo família, e daquela que quisemos e vamos fazendo por manter por perto. Muitos parabéns querido primo! Que venham daí mais momentos como o último verão ;)

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