Este não é definitivamente o "meu tempo"

Li hoje a notícia que "Professores portugueses são dos que perdem mais tempo a manter a disciplina nas aulas". Ora eu sou de um tempo em que o erguer da sobrancelha ou a frase da minha mãe "falamos em casa" era suficiente para eu e as minhas irmãs atinarmos o comportamento imediatamente. Sou do tempo em que um simples olhar do meu pai bastava para se fazer silêncio. E falo dos meus pais, que quem conhece sabe tão bem como eu que são pessoas super calmas, pais nada dados a tareias ou coisas do género. Simplesmente souberam incutir muito bem o que é o respeito pelos pais, pelos mais velhos e pelas pessoas em geral (acho que exactamente por esta ordem!). Souberam, e bem, impor limites e regras de simples convivência em sociedade e do respeito pelo outro. E com certeza também por isso, sou do tempo em que o respeito pelo professor era uma coisa indiscutível. Uma regra ou uma reprimenda passada por um professor pura e simplesmente não se discutia. A pessoa até podia ter razão mas "se o professor disse...", pronto. Fim de discussão. As ordens eram para ser cumpridas e cada um sabia/conhecia perfeitamente o seu lugar e os seus limites. 
O problema da sociedade de hoje é querer passar do 8 ao 80. É querer deixar lá bem no passado os tempos das reguadas e das deferências. Que, concordo, também nunca foram a solução mas passar desse comportamento extremo para outro extremo diferente só pode ter consequências desastrosas. As crianças/jovens precisam de regras. Precisam de conhecer limites. É isso que os ajuda a crescer e a tornarem-se pessoas seguras. E isto não sou eu a divagar porque há muitos estudos que dizem isto mesmo. 
Aceito que nos tempos de hoje não seja regra tratar por Sr. Professor, mas não aceito que se perca por completo o respeito pela profissão de quem dedica uma vida a ensinar os outros. Haverá profissão mais nobre? Mais respeitável? Eu cá continuo a achar que não. Por isso custa-me muito ler este tipo de notícias ou ouvir relatos das muitas amigas professoras, entre elas a minha irmã Andreia, que logo no 1.º ciclo (leia-se: crianças que terão entre 6 e 10 anos) contam um sem número de situações de bradar aos Céus!!! 

Nota: amigas professoras sintam-se à vontade para partilhar as vossas histórias ;)

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