11 anos

Engraçado como a vida é feita de coincidências. 
Há 11 anos estávamos em festa, na Quinta do Gaio no Cartaxo, numa festa que correu tal e qual a imaginámos, com a família e os amigos que escolhemos. Foi um dia muito especial para todos, para nós - os noivos - a realização de um sonho. Reunimos quem escolhemos para assinalar o começo de uma nova vida. Dissemos o "sim" numa igreja à pinha, aproveitámos a festa até altas horas da madrugada e guardamos ainda hoje bem frescas memórias desse dia tão especial. E da noite em particular com aventuras e peripécias que dificilmente alguém teve igual. Uma delas foi chegarmos a casa (a dos caseiros) onde fizemos questão de passar a noite de "núpcias", para encontrar a porta centenária trancada à chave - algo que pensávamos ser impossível e nunca antes tentado. A chave tinha ficado a cargo do Sr. Eliseu (pai do cunhado Nuno) que amavelmente se tinha oferecido para ficar com a tarefa de ser o último a sair de casa e a deixar tudo fechado. A porta ficou tão bem trancada que não abriu com a nossa chave, que aliás partiu após várias tentativas. O noivo, qual cavalheiro em frente à sua amada arranjou logo solução, partiu um dos vidros com o sapato e lá conseguiu entrar pela janela. A questão é que entrou mas foi direito à cama, tão KO estava. O pequeno detalhe é que me deixou, a mim noiva, plantada em frente à porta mas do lado de fora, indecisa entre saltar também pela janela vestida de noiva e tudo ou se virava costas e o deixava acordar sozinho na sua 1.ª noite de casado! Valeu-lhe (valeu-ME!) o seu querido irmão mais velho, nosso motorista, que percebendo o estado do noivo não arredou pé até nos ver aos dois dentro de casa. Lá saltou o André a quem coube a "honra" de me ajudar com os mil ganchos do cabelo e cenas que tal enquanto o meu querido marido roncava, alto e bom som na nossa cama!!! 
E hoje partilho esta peripécia porque passados 11 anos foi batizado o pequeno Henrique, filho da Filipa irmã do Nuno, neto do Sr. Eliseu. Uma ausência sentida por todos com muita saudade... mas a vida é mesmo assim, dor e alegria tantas vezes de mãos dadas. Tal como num casamento. 
Já lá vão 11 anos e felizmente muitas têm sido as alegrias. As peripécias também, tal como profetizava a nossa 1.ª noite de casados. Mas cá continuamos, juntos e felizes, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias das nossas vidas.



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