É deixar ir...
A Constança é que pediu para ir para os escuteiros. Tenho de repetir isto a mim mesma várias vezes para ter coragem para a deixar ir. A 1.ª caçada foi 1 fim-de-semana, 1 noite fora a 20 minutos de casa e já me custou tanto... não quero pensar no que me espera daqui a menos de 2 semanas!
Inscrevemos no ACAREG, o acompanhamento de verão da Região de Lisboa, depois de lhe explicarmos o que era e lhe perguntar se queria ir. Recebemos um "sim" daqueles decididos. E se ela está disposta a arriscar, a sair da zona de conforto e ir numa aventura de 7 dias, 6 noites com a sua alcateia, quem sou eu para lhe dizer que não?! Tenho mais é de apoiar e de ficar feliz por ela, pela sua capacidade de ir, mesmo sabendo que vai ter saudades mas disposta a experimentar novas aventuras. No fundo todos sabemos que se vai divertir muito, que vai andar tão entretida que nem se vai lembrar de ter saudades, que vai fazer coisas diferentes e experimentar a sensação de liberdade e de autonomia pela 1.ª vez. Vai voltar diferente, mais crescida e muito orgulhosa de si própria, disso tenho a certeza. Pensar nisso faz parecer mais fácil mas ainda assim tenho o coração a encolher nesta contagem decrescente. Começo agora a sentir a "dor" do crescimento, de a ver crescer, fazer escolhas, aceitar as consequências, arriscar e ir... é como se o momento do parto se repetisse, com dor e alegria na mesma medida. E de repente só me vem à cabeça a descrição do parto mais justa de sempre: pensas que morres, mas não morres. Tão simples quanto isso. Sei que vou sobreviver e ficar com a sensação que é daquelas dores pelas quais vale a pena passar. Boa sorte Lobita do meu coração!
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