Mãe é mãe mas...
O curso do Hugo está ao rubro e começo a sentir o peso da sua ausência em todas as rotinas do final do dia. Sair do emprego a correr, em stress para ir buscar as miúdas, preparar jantar, controlar o jantar, dar banho, pôr creme abundantemente às duas (a pele atópica continua a não dar tréguas!), vestir pijamas, lavar-lhes os dentes, conversar com elas, tentar ter tempo para brincar... e por fim ir deitá-las. Tudo eu, todos os dias da semana, mas só agora com a Constança quase a fazer 5 anos. Não fosse a novidade do curso e a grande maioria destas tarefas seriam feitas pelo pai e a minha participação estaria limitada à logística do jantar e ao deitá-las porque a oração da noite não perco por nada, mas de resto o pai sempre fez, e continua a fazer no fim-de-semana e sempre que consegue. E faz não só porque tem tempo, mas porque faz por ter tempo. Faz por gosto e com empenho e com muito amor. E faz tão bem como eu. E escrevo hoje sobre isto porque li um artigo no Público que fala sobre a baixa taxa de natalidade no nosso país (nada de novo até aqui), mas que a propósito refere que as mulheres, as mães, também podem ser um bloqueio ao aumento da família, simplesmente porque querem ser super-mães, porque acham que só a mãe sabe cuidar bem, fazer bem, educar bem, controlar bem, brincar bem, falar bem, ralhar bem... tudo sempre melhor do que o pai. Conheço umas quantas assim!!! Eu própria tenho essa sensação quando não deixo a roupa que as miúdas vão vestir (as piores e inimagináveis combinações podem surgir!). Mas tirando este pormenor, sei e tenho de reconhecer que o pai é tão capaz quanto eu sou. Pode ter métodos, abordagens ou o que quisermos chamar diferentes dos meus. Pode consumir-me os nervos com o tempo que demora a tirar o shampoo do cabelo das miúdas; pode irritar-me quando não espalha o creme como deve ser; pode tirar-me do sério quando as penteia com o risco ao meio... mas o importante é que faz. E quando temos uma vida como a de hoje, sempre a correr, com tão pouco tempo para tudo, com horário das 9h às 18h30... o que importa o cabelo mal enxaguado, o creme mal espalhado ou o risco do cabelo?! Nada minhas queridas mães. Isto só pode significar que temos mais tempo para nós, para descansar mas também para relaxar e aproveitar para fazer outras coisas!!!!
Deixo o link para o artigo do Público:
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