Lidar com o imprevisível

Quando ligam dos colégios raramente é bom sinal... o telefone toca e quando vejo que se trata de um dos colégios, instintivamente, tenho um nó no estômago! É que até pode não ser nada, mas o primeiro pensamento vai logo para coisas más... esta ansiedade de não conseguir estar sempre com as minhas pequenas, de ser incapaz de as proteger de tudo, de não lhes dar colo na 1.ª pontada de febre... é tramado, faz parte, sei disso... mas ainda assim o nó aparece de forma automática e incontrolável.
Depois há acontecimentos como o da menina da Madeira que morreu quando estava descontraída a saltar num insuflável, que se desprendeu com o vento e a projectou em mais de 8 metros. Estava ali, a brincar à distância de um olhar e de repente o impensável acontece, sem que ninguém conseguisse fazer nada... Acho que não se recupera disto. Nenhuma mãe/pai deve conseguir recuperar disto. Não devia ter de recuperar disto... É contra a lógica da vida, é injusto, é impensável, é aterrador... neste caso é também um drama vivido por uma grande amiga, madrinha desta menina. Não há forma de conhecer a dor desta família. Restam apenas palavras sentidas de conforto, de lembrança que estamos aqui, juntos na dor e na esperança de que o nó no corpo se vá desfazendo à custa das memórias e recordações dos 8 anos de alegrias. Força querida Marta!

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