Obrigada querida Câmara de Sintra

Anda uma pessoa a trabalhar o ano inteiro, a tentar juntar o pouco (às vezes nada) que sobra para conseguir levar uma vida tranquila, para de repente receber uma multa de quase 1000€ referente a 2010. Quando recebi um aviso de uma carta registada pressenti logo que coisa boa não era. Vindo da Câmara de Sintra então, só podia ser mau... Começámos as obras da casa em 2005 e passados 10 anos ainda não podemos dizer que está tudo fechado. O processo de legalização de uma obra é tão complexo, burocrático, dispendioso e cansativo que só passando por isso na 1.ª pessoa se consegue perceber o trabalho e o dinheiro que se gasta para se conseguir ter uma casinha, nada de megalómana, nem excêntrica, nem complicada. Uma casa simples, feita por pessoas comuns e com dinheiro contado. Quando há dinheiro a rodos acredito que a coisa seja mais rápida e bem mais simples, mas não foi (e não é) o nosso caso. Aliás até pensámos em não declarar o sótão para poupar uns trocos, mas com a sorte que temos, no sentido figurado e totalmente irónico, claro que tivemos uma inspecção no decorrer das obras e acabámos por adaptar entre o que gostaríamos de ter e o que era legalmente possível. Logo na altura fizemos tudo o que nos pediram: novo projecto, novas obras, mil papéis e muito dinheiro. Tudo certinho, achávamos nós, para agora passados 5 anos recebermos uma notificação a dar conta que apesar de termos corrigido a situação, houve uma infracção identificada e por isso temos de pagar uma multa. Ainda consultei um advogado para ver se não estaria já prescrito mas claro que não há nada a fazer, para além de pagar, claro. Obrigada querida Câmara de Sintra, sempre a facilitar-me a vida e a aliviar-me a carteira.
Apesar de mais este revés, continuo feliz com a decisão que na altura tomámos de fazer obras e construirmos a NOSSA CASA, em vez de comprar um apartamento chave na mão. Deu muito trabalho, dedicamos muito do nosso tempo e esforço, investimos muito dinheiro, mas a verdade é que nos orgulhamos do que conseguimos. Não ficou exactamente como o 1.º esboço, mas também não ficou assim tão diferente.