O aperto que nunca passa
Ser mãe é o melhor do mundo. Não tenho nenhuma dúvida disso, muito pelo contrário a cada ano que passa. Mas ser mãe é igual a ter um desafio constante ao longo de toda a vida. E eu tenho dois lindos e gigantes desafios na minha vida! São tão diferentes entre si que os desafios são totalmente diferentes... sinto-me cada vez mais uma mãe elástica, tal e qual a mãe do filme dos Incríveis. Se para a Constança tenho de saber ouvir nas entre linhas, ter uma sensibilidade super apurada (o que para mim é o maior desafio de todos! Já ouvi mais do que uma vez "pareces um elefante numa loja de vidros"...), conseguir puxar por ela para que consiga sair da sua zona de conforto mas sem a fragilizar nem expor demasiado; já com a Carlota o desafio é quase oposto! É fazer com que perceba que o universo não gira em torno dela e das suas vontades (mesmo quando me lança olhares de súplica, com aquelas pestanas gigantes que me derretem o coração), ajudá-la a conseguir gerir as frustrações e os momentos de fúria, conseguir dosear a atenção que precisa vs. a atenção que reivindica. Não é fácil!!! Nada fácil mesmo. E como se os feitios não fossem já suficientemente desafiantes, tenho ainda a questão da saúde da Carlota. O ano que passou ficou marcado pelas visitas mensais ao hospital, ora com febre, ora com febre + amigdalite, ora pneumonia, já para nem falar do ataque de urticária e do surto de varicela. Depois de ser avaliada pela pediatra (o nosso anjo da guarda na terra), imunoalergologista e otorrino, eis que chega o diagnóstico: a Carlota sofre de Síndrome de PFAPA, mais conhecido pelas febres periódicas. A boa notícia é que este síndrome não afecta o seu crescimento/desenvolvimento e é suposto passar com a mudança de idade. Era um diagnóstico possível e em aberto desde o verão passado mas que nos foi dado hoje como certo. E quando chega assim como uma certeza é que a ficha cai. Não é caso para dramatizar, felizmente não é nada que a impossibilite de ter uma vida normal ou que comprometa o seu crescimento, mas não deixa de ser uma moínha que nos vai continuar a atrapalhar, a dar noites mal dormidas, com reflexo não só, e acima de tudo, no bem estar da Carlota, como no de toda a família. É nestas alturas que o nó na garganta aperta e muito... e é mais uma prova de que a vida nunca pára de nos surpreender e que precisamos, cada vez mais, de ter capacidades de super-heróis.
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Tudo vai correr bem!!!