É dar-lhe tempo

Na última consulta com a pediatra, falei na minha preocupação quanto ao desenvolvimento da fala da Carlota. Começou a falar mais tarde do que a Constança (no 2.º filho há sempre comparativos...) e na escola, este ano já na dos crescidos, nota-se a diferença face aos outros meninos da sala, que sendo mista tem meninos já com 6 anos o que faz uma diferença de 2 anos... mas ainda assim... Será "normal"? Nada melhor do que uma avaliação de quem sabe da área, por isso saí de lá com a prescrição para consulta de avaliação de Terapia da Fala. Comecei por conversar com a Educadora, para saber a opinião e comportamento na sala e prontamente surgiu a possibilidade de ser avaliada pela equipa do agrupamento, que dispõe de uma terapeuta para acompanhar casos sinalizados. Mesmo não sendo o caso, a educadora prestou-se logo a fazer o pedido ao agrupamento e a avaliação ficou agendada no espaço de 1 semana. Surpresa boa! Sendo escola pública pareceu-me uma atitude muito proativa. A avaliação aconteceu, foram precisas 2 sessões porque a Carlota não foi muito colaborativa... e do relatório fica a perceber-se que por um lado se recomenda, há sons que ainda não saem naturalmente mas, por outro são visíveis sinais de alguma imaturidade, o que se resolve com o tempo. São 3 páginas de muita descrição técnica mas que a educadora resumiu numa conversa de 5 minutos, em que destacou a questão da imaturidade, inflamada pelo facto de ser a "mascote" da escola, tratada como a bebé das mais velhas, que andam com ela ao colo no intervalo e que adoram ouvi-la falar à "bebé"... enfim, no resumo, disse-me que uma ajuda profissional podia ser benéfica mas que havendo ainda tempo (terá mais 1 ano de JI) ficou do nosso lado (pais) a decisão de começar já ou esperar mais um tempo e ver se o "clique" acontece. Fiquei eu com a "batata quente" na mão... e nada melhor do que uma 2a opinião de alguém da área e de confiança para perceber qual a melhor decisão. Marquei com a Anita, amiga de infância e que foi a terapeuta do Simão, de quem só temos boas referências. A consulta foi hoje e depois de 45 minutos numa sala com a Carlota, que só conhecia de vista,  fez uma avaliação muito positiva tanto do seu comportamento como da capacidade de resposta aos jogos/desafios que lhe lançou. Achou que realmente é meio trapalhona, porque se atropela com a velocidade com que quer falar, mas que isolando as palavras, os sons certos aparecem. Resumindo, é dar-lhe mais autonomia, confiança e puxar por ela nas palavras que não saem bem, ajudá-la a desacelerar no discurso e tratá-la como uma criança de 4 anos. Ou seja, não se fala à bebé mas também não se pode exigir uma postura nem um discurso de criança de 6 anos. Resumo, é dar-lhe tempo, ajudar sem stressar. Incentivar sem pressionar. Com calma vai lá! Tirando isso achou-a muito inteligente e perspicaz e educada e agitada também. Uma descrição, esta sim, que faz jus  à Carlota. 

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