Uma questão de prioridades

http://observador.pt/opiniao/desculpe-mas-agora-tenho-que-desligar/

Confesso que não sou daquelas mães que deixa tudo o que tem para fazer para rebolar no chão com as minhas filhas. Quando chego a casa há tarefas urgentes para fazer, como preparar jantar, dar banhos e afins. Não consigo sentar-me no sofá a ouvir como correu o dia mas faço-o ao mesmo tempo do que precisa de ser feito. Chama-se ser polivalente. Chama-se a isto, vida real. Agora se há coisa que faço questão de cumprir é olhar o menos possível para o telemóvel enquanto elas não vão dormir. Trabalho das 9h às 18h com dedicação e empenho mas depois disso desligo. Estou na mesma agência há quase 9 anos porque me permite seguir esta rotina religiosamente. Já surgiram outros desafios profissionais, com mais dinâmica, outras perspectivas de evolução e mais dinheiro mas, como em tudo na vida, em troca de mais tempo meu, que teria de tirar da minha vida pessoal para apostar numa suposta carreira. O que tenho a dizer é: não, muito obrigada. Se pudesse, houvesse essa possibilidade, trabalhava era em part-time para poder estar ainda mais tempo com as minhas filhas! Há quem lhe chame comodismo, eu chamo prioridades. Quero vê-las crescer, quero saber como foi o dia delas, quero aturar birras (q.b.!), quero ser eu a ver as mochilas e o caderno dos T.P.C., quero jantar em família, quero ler uma história ao deitar, quero estar ali. Quero que elas percebam que ficam na escola das 8h30 às 18h30 porque os pais precisam de trabalhar mas que o tempo que sobra é para elas, para as nossas coisas de casa, de família. Do trabalho vem o pão e a nossa realização profissional mas o mais importante, acima de tudo o resto, é a família. São elas na minha vida. É esta a minha prioridade, hoje e sempre.

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