Uma vida inteira

Lembro-me perfeitamente do dia do casamento do Sérgio e da Célia. Foi há 25 anos. Ontem celebrámos as bodas de prata - acontecimento raro nos dias de hoje e, mais raro ainda, assistimos ao Baptismo do Tomás, o 8.º filho deste casal que faz parte da minha vida desde que me lembro. 
O Sérgio é o filho mais velho da família Oliveira, nossos vizinhos de criação, manos de coração - como carinhosamente nos trata o Sérgio e como no fundo nos sentimos todos, ligados desde sempre e para sempre, com tantas histórias, aventuras e memórias que perduram no tempo. 
A noite de ontem foi por isso mais uma daquelas especiais e únicas - pela celebração em si, pelo duplo motivo de felicidade mas também pela Graça que nos une a todos. Crescemos juntos, seguimos caminhos diferentes mas a vida manteve-nos por perto, presentes nos momentos importantes, nas alegrias e nas tristezas como só a família de verdade consegue. Estamos cá uns para os outros, como sempre aconteceu e que, geração após geração, queremos que continue a acontecer. A família que escolhemos e que, acredito, Deus escolheu para nós.
A noite foi de alegria mas mentiria se não dissesse que de tristeza também, pela falta que senti da querida "vizinha" Ludovina, pela nostalgia do tempo que já foi, pelo medo - que chega a doer - de perder mais alguém deste núcleo que representa a minha infância, que são referências na minha vida e que contribuíram para ser o que sou hoje. Pensar que a vida é mesmo assim, que tudo faz parte, até a morte... não chega. Vale-nos a fé em Deus para acreditar que tudo acontece quando assim o tem de ser, que nos cabe a nós celebrar o Dom da vida, com as dores e as alegrias que a compõem. Se é fácil? Nem um bocadinho... mas a festa de ontem prova que é possível. Parabéns querida Família Oliveira!


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